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“Precisamos falar de política hoje, para que não sejamos proibidos de falar de Jesus amanhã.”

O maior escárnio que alguém pode fazer das Escrituras e do Evangelho é identificá-los com algum espectro político-partidário. A boa-nova da salvação está muito acima de qualquer proposta ou grupo político-ideológico, ainda que tal grupo tenha em seu bojo valores que estão presentes nos ensinos de Cristo.

A frase: “Precisamos falar de política hoje, para que não sejamos proibidos de falar de Jesus amanhã” – é falaciosa. Crer nela é condicionar a missão da Igreja a permissão humana, é dar a homens e sistemas políticos poderes que nenhum deles tem, aliás, nem o diabo tem.

Quem conhece as Escrituras e a História Eclesiástica sabe que o povo de Deus e a Igreja sempre sofreram oposições e severas perseguições, todavia, ainda que, no caso de Ciro, por exemplo, Deus tenha usado de homens para livrar o seu povo, nunca foi necessário seu alinhamento as ideias dele.

No primeiro século, os cristãos eram tidos como criminosos, perseguidos pelo Estado, ao qual se recusavam a prestar culto através da adoração do imperador. Devido a isso, eles foram impiedosamente perseguidos, presos, espancados e mortos, porém, por conta de tal inegociável fidelidade a Deus, subverteram e venceram o Império Romano. A influência deles foi tamanha, a ponto de, a respeito deles, falarem: “Estes que têm causado alvoroço em todo o mundo, agora chegaram também aqui.” At 17.6

Corajosamente nossos irmãos e irmãs declaravam, em oposição a pretensão divina do Imperador, que Jesus Cristo é o Senhor (Atos 2:36 – Filipenses 2:11). Empunhando tão somente a bandeira da fé, sob o sangue tombavam nas ruas e arenas, odiados e chamados de pagãos eles tinham seus bens confiscados, eram queimados vivos, esquartejados, apedrejados, crucificados, degolados, lançados as feras, mas como escreveu Tertuliano, de Cartago, já por volta do ano 200: “Sanguis Martyrum est semen Ecclesia”, “o sangue dos mártires é a semente da Igreja”, é a semente de novos cristãos.

Roma e Cezar, a Babilônia e a primeira besta do apocalipse, caíram ante o testemunho fiel daqueles que unicamente esperavam Naquele que, diante do poder secular e religioso de então, declarou: ” O meu Reino não é deste mundo.” Jo 18.36. O reino da política mundana é cheio de podridão, negociatas, esquemas, cooptação e instrumentalização da religião como meio de promover e manter ideológias várias. Já a Política do Reino é feita pelo desejo de servir, o maior é o menor exatamente porque serve (Mateus 23:11). Na política do Reino, os ultímos são os primeiros (Mateus 20:16), é dando que se recebe, pois há mais alegria em dar do que em receber  (At 20,35). Na Política do Reino de Deus, a alegria não está fundamentada em coisas materiais, “porque o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo.” (Rm 14.17). Não que os cidadãos e cidadãs do Reino de Deus não precisem do necessário para essa vida, obviamente que precisamos, todavia, estamos seguros dos cuidados Daquele que nos orienta a buscarmos, “pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas essas coisas serão acrescentadas a nós”, conforme prometido em Mateus 6:36.  O Reino de Deus, em oposição ao reino do mundo, possui uma Política baseada na busca da justiça e do direito, valores pautados na Constituição do Reino, a qual está explicita no Sermão do Monte, nas Bem-Aventuranças contidas no evangelho de Mateus, nos capítulos 5 a 7. Tal sermão começou quando Jesus viu a multidão e decidiu subir a um monte para ensiná-la (Mateus 5:1-2).

Sempre houve e, até a segunda vinda glóriosa de Jesus, haverá sistemas e pessoas inímigas do Evangelho. Mas, devemos sempre nos lembrar que em tempos mais atuais, nem mesmo a “Cortina de Ferro”¹ foi capaz de impedir o testemunho de Cristo. Precisamos conhecer, viver e pregar o Evangelho sempre, para que nem hoje e nem amanhã sejamos cooptados por sutis ideologias segundo os governos deste mundo, o qual jaz no maligno (1 João 5:19).

Obviamente que o cristão não deve ser alienado, devemos sim buscar ter conhecimento político e agirmos de forma cidadã cumprindo o que nos cabe. Precisamos sim, a luz das Escrituras, analisarmos os valores defendidos por candidatos políticos e suas agremiações partidárias, mas, condicionar a pregação do Evangelho, a missão da Igreja, ao alinhamento dessa ou daquela corrente politico-partidária, é chamar de mentiroso Àquele que disse que as portas do inferno não prevalecerá contra a Igreja Dele (Mateus 16:18).

No mais:

“Tende cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo;…” Colossenses 2.8

Em Cristo,

José do Carmo da Silva – mano Zé

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¹ A expressão “Cortina de Ferro” foi utilizada pela primeira vez. Ela apareceu em um discurso de Winston Churchill, ex-primeiro-ministro britânico. O termo refere-se à divisão da Europa entre territórios capitalista e socialista, após o fim da Segunda Guerra Mundial. Uma região era controlada pelos Estados Unidos e a outra ficava sob influência da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

“Eternos aprendizes, sim, eternas crianças na fé, não. Somos  vocacionados a crescer. “

Antes, crescei na graça e no conhecimento de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. A Ele seja a glória, agora e no Dia eterno! Amém. – 2 Pedro 3:18

Resiliência-EmocionalÉ comum na criação, que as coisas nasçam pequenas, todavia, é anômalo que continuem pequenas. Deus criou todas as coisas para o crescimento, se observarmos a natureza, com o olhar contemplativo e investigativo, vamos concluir que tudo o que foi criado por Deus é chamado a crescer, isso de forma natural. Ser pequeno é uma fase crucial na vida de praticamente todos os seres, contudo, o crescer faz parte da existência plena que Deus planejou para tudo o que criou.

Até os maiores rios do mundo nasceram pequenos, mas foram crescendo, se agigantando, até que se tornaram imensos e por fim se fundem a lagos ou aos lençóis freáticos. Com poucas exceções, o destino da grande maioria dos rios é se fundir com o mar ou tornar-se um com o oceano. Segundo estudiosos, o Rio Okavango é o único do planeta que foge à tal regra. Okavango, deságua no Deserto da Namíbia. “Conhecido como o rio que nunca encontra o mar, o Okavango desaparece no deserto de Kalahari em 15.000 quilômetros quadrados numa confusão de lagos, canais e ilhas a noroeste de Botsuana.”¹

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“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus […] E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João I. 1 e 14)

Apesar do duplo milênio do cristianismo e dos grandes concílios da Igreja, que trataram das questões cristológicas, existem ainda muitas dúvidas, contestações e mesmo ferrenhas oposições à pessoa de Jesus e sua condição cristológica. Para nós, cristãos, Jesus é crido e pregado como o Cristo Filho de Deus, o próprio Deus encarnado, manifesto em pessoa humana. Grupos dentro e fora da Igreja buscam encontrar hoje não o Cristo preexistente, Deus de Deus, proclamado pelas Escrituras e acessível somente pela fé e revelação do Espírito, mas sim o Jesus histórico, aquele que viveu em determinada época e local geográfico. Penso que além do exercício do direito de pensar diferente, que confere a quaisquer pessoas a liberdade de serem atéias professas, ou ainda agnósticas em relação a alguns pontos da fé cristã, tais contestações se devem à maneira como Jesus foi e ainda é apresentado ao mundo. Creio serem de suma importância as afirmações cristológicas de nossos credos, aplicadas à natureza de Jesus e de sua cristologia.

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